terça-feira, 10 de abril de 2012

Bernie diz que não pode obrigar ida de equipes ao Bahrein: 'Não posso força

As equipes de Fórmula 1 estão desembarcando na China para o GP deste fim de semana, mas com a cabeça em outro país, mais precisamente no Bahrein. Os conflitos na região e os protestos contra a realização da prova são intensos e a preocupação com a segurança durante o evento é grande. O diretor comercial da F-1, Bernie Ecclestone, recusou a responsabilidade de cancelar a prova, mas admitiu que não pode obrigar as equipes a participarem.
- Se os times não querem ir, eu não posso forçá-los - disse ao jornal inglês "The Times" - Não podemos dizer ‘você tem que ir’, ainda que eles estejam assim quebrando seus acordos para conosco se eles não forem, mas isso não ajuda - afirmou à agência "Press Conference".
Protesto Barhein (Foto: AFP)Manifestantes são contra a realização do GP do Barhein (Foto: AFP)
Segundo o dirigente, a decisão de adiar ou cancelar a prova deve partir dos organizadores do GP, do governo local ou da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e rechaçou que motivações financeiras forçem a realização da etapa.
- A autoridade esportiva nacional daquele país pode dizer ‘bem, nós preferimos não realizar o evento'. O governo também pode dizer ‘não quero, porque há um risco muito grande'. Nós temos um acordo com a FIA para que o Bahrein tenha uma etapa do Mundial, e temos um contrato com os promotores, mas eu quero deixar bem claro que não tem nada a ver com o fator financeiro - declarou à "Press Conference".
A expectativa é que chefes de equipe, Ecclestone e FIA se reúnam até domingo em Xangai para chegarem a uma posição sobre o assunto. No último fim de semana, um porta voz da FIA garantiu que a entidade está "constantemente monitorando e avaliando a situação" e mantendo contato diário com as embaixadas estrangeiras e as autoridades no Barhein.
Protestos no Barhein são intensos (Foto: AFP)
No último domingo, um atentado próximo a capital Manama feriu sete policiais (três estão em estado grave) e foi considerado pelas autoridades locais como ataque terrorista. O atentado ocorreu após protestos pela libertação de Abdulhadi Al-Khawaja, um dos fundadores da Central dos Direitos Humanos do Bahrein. Al-Khawaja está em greve de fome há dois meses para reivindicar o respeito dos direitos humanos pelas autoridades do país e seu estado é crítico.
De maioria xiita, o Bahrein é governado pelo Rei Hamad, pertencente à dinastia sunita. Os manifestantes pleiteiam reformas democráticas e a queda do governo e condenam a realização do GP de Fórmula 1 enquanto os conflitos não cessarem. A repressão contra os protestos é violenta com mortes e denúncias de violação de direitos humanos.
Em entrevista ao jornal “The National”, dos Emirados Árabes Unidos, na segunda-feira, o diretor executivo do circuito, Salman bin Isa Al Khalifa, filho do Rei Hamad garantiu a realização da prova. Apesar das garantias de Salman, ainda há uma grande desconfiança por parte das equipes em relação à realização do GP. De acordo com o jornal inglês "The Times", algumas escuderias, inclusive, compraram duas passagens aéreas para utilizar após o GP da China: uma para levar os funcionários para o Bahrein e outra de volta à Europa, em caso de cancelamento. Em 2011, a situação do país era semelhante à atual. A prova barenita foi primeiramente adiada pela própria organização local em razão da instabilidade política e dos conflitos e, em seguida, cancelada.

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