O diretor técnico da McLaren, Paddy Lowe, que já trabalhou no projeto, acredita que a o acidente de Spa serve como um lembrete da importância das pesquisas e espera que e episódio impulsione os esforços para implementar os novos cockpits o quanto antes.
- Acredito que está destinado para 2014, já que começamos o projeto há um ano. Pessoalmente, acho que é algo inevitável, pois é a maior exposição que temos (nos carros atuais).
No início deste ano, foram realizados testes com peça colocada à frente do cockpit (Foto: Reprodução)
Para Lowe, Alonso escapou de um ferimento mais grave por sorte. No entanto, ele ressalta que não é possível contar sempre com o acaso.- Você vê e revê a imagem e pensa: “foi sorte”. Um dia não haverá essa sorte. Ao mesmo tempo, é uma fórmula de cockpits abertos, então temos que respeitar isso. Mas deve ser tecnicamente possível um caminho ou outro.
As pesquisas sobre cockpits fechados se intensificaram em 2009. Naquele ano o brasileiro Felipe Massa foi atingido por uma mola da Brawn de Rubens Barrichello nos treinos classificatórios para o GP da Hungria e chegou a correr risco de morte. Dias antes, o britânico Henry Surtees, filho do campeão mundial John Surtees, morreu aos 18 anos após ser atingido por um pneu em uma prova de Fórmula 2 no circuito inglês de Brands Hatch.
Lowe conta que o foco inicial do projeto era com canopis (célula plástica transparente semelhantes às de cockpits de aviões a jato). No entanto, as pesquisas caminharam para outra direção, com testes com barras e espécies de gaiola.
- Fizemos um protótipo que foi testado estruturalmente com impactos variados, como rodas arremessadas, e foi bem sucedido. Entendemos alguns parâmetros sobre ângulos necessários e a força das peças. O trabalho em andamento agora é avaliar a visibilidade. Temos feito alguns trabalhos no simulador.
Cockpit semelhante ao de caças foi descartado por dificultar remoção do piloto em casos de incêndio
(Foto: Divulgação / Site Oficial F1.com)
A dificuldade de visibilidade para os pilotos é uma das grandes questões levadas em consideração nas pesquisas.(Foto: Divulgação / Site Oficial F1.com)
- Um piloto não gostaria de nada no caminho (de seu campo de visão), mas ao mesmo tempo, quando você dirige um carro de rua você se acostuma com as colunas, não se acostuma. Descobrimos que se os pilares não forem muito grandes é algo que você pode se acostumar. Temos alguns parâmetros sobre o tamanho das colunas e agora estamos adequando este tamanho às exigências de força – explicou o diretor técnico.
O chefe da equipe Ferrari, Stefano Domenicali, disse estar aliviado por nada de grave ter acontecido com a seu piloto, Alonso, mas ressaltou que o episódio na largada de Spa não pode precipitar as pesquisas. Ele destaca que há diversos aspectos que precisam ser levados em consideração, como dificuldades para remoção do piloto do carro em casos de incêndio.
- Tivemos sorte de nada ter acontecido com a cabeça de Fernando. Estamos trabalhando com a FIA para adotarmos o sistema correto de proteção. Porque um sistema que estamos testando há alguns problemas, como mover a proteção em caso de incêndio. Então ´re preciso ser muito cuidados com todos esses dispositivos – ponderou.
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